Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Carta de desabafo de uma Trabalhadora da Saúde

Esta carta é também um desabafo, mas é principalmente um chamado à luta. Quero dialogar com minhas companheiras e companheiros de trabalho, com aqueles com quem convivo cotidianamente e divido minhas angústias e também minhas alegrias de prestar um serviço tão importante para a vida da população da minha cidade.

Mas é com tristeza que posso dizer que a “saúde de Diadema está doente” e é preciso dizer aqui que a Administração Municipal é responsável por isto.

Os trabalhadores/as da saúde realizam seu trabalho enfrentando todo tipo de adversidade, sem contar, na maioria das vezes, com a mínima infraestrutura necessária por parte da Secretaria de Saúde e da Prefeitura. Para ilustrar essa situação, quero citar os vários casos de funcionários assaltados dentro das Unidades de Saúde. Os graves problemas de segurança e condições de trabalho colocam em risco a vida dos/as trabalhadores/as e da própria população atendida nas UBSs, Hospital Municipal, Pronto Socorro, SAMU, Quarteirão da Saúde e CAPS.

Fazemos a nossa parte, enfrentando as dificuldades e as precárias condições de trabalho, com o compromisso de assegurar o melhor atendimento possível à população de nossa cidade.

No entanto, não temos as condições mínimas de trabalho no Hospital Municipal, no Pronto Socorro e no Quarteirão da Saúde, faltam recursos humanos, porque muitos dos nossos companheiros de trabalho não suportam a pressão e o assédio moral das chefias, vão embora e seus postos de trabalho não são repostos. Os que ficam trabalham por dois ou três, e acabam, muitas vezes, adoecendo.

Como se não bastasse tudo isto, faltam leitos, roupas de cama, material de higiene para os pacientes internados, as camas hospitalares estão em péssimo estado de conservação e quebradas, faltam cadeiras de roda adequadas para o transporte de pacientes, faltam macas e carrinhos adequados para a distribuição da alimentação para os enfermos hospitalizados, faltam equipamentos adequados para a esterilização de materiais (autoclave, ar comprimido e outros) e muitos exames como RX, Ultrassonografia e Tomografia só estão sendo realizados em casos de urgência, ainda assim em algumas unidades, o que causa demora e a necessidade de transportar os pacientes até os locais onde os equipamentos ainda funcionam.

 Nas UBSs a realidade não é diferente: falta papel higiênico, material de limpeza, gazes para curativos, agulha para a coleta de sangue, medicação na farmácia e as impressoras não funcionam, falta até caneta!

Quem responde para a população, muitas vezes revoltada com tanto descaso na Saúde em Diadema, somos nós trabalhadores que estamos na “linha de frente” do atendimento de saúde.

Os trabalhadores e população não podem ser penalizados pela má gestão da Prefeitura de Diadema, e a nossa luta por melhores condições no trabalho é para oferecer um atendimento de qualidade na Saúde, direito da população seja nas UBSs, CAPSIs e em todos os serviços da saúde desta cidade.

Faço aqui um apelo e um chamado a todos/as os/as profissionais da saúde que todos os dias lutam para superar toda e qualquer adversidade em nome da defesa da vida e do alívio do sofrimento das pessoas e dos seus familiares: vamos exigir respeito e condições de trabalho adequadas!  É este espírito de luta e consciência do nosso papel que nos dão forças para continuar na labuta do dia a dia e na luta por dias melhores. Nossa história é de luta! Desta luta eu não desisto!


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