A média de remuneração geral no serviço público não mostra a real situação dos diferentes segmentos profissionais que compõem o funcionalismo público. Tão pouco é possível a comparação com o setor privado, sem considerar, entre outros fatores, uma rotatividade bastante inferior e que os cargos de nível superior e técnico representam mais de 60% do total de cargos da Prefeitura de Diadema. Aliás, na comparação entre cargos e funções iguais ou assemelhadas no setor privado, em grande parte das situações a remuneração do/a trabalhador/a do setor público é menor. Basta comparar, por exemplo, a remuneração de engenheiros, arquitetos, pedreiros, eletricistas e outros entre setor privado e público para ficar constatada a defasagem salarial dos servidores municipais.
A real situação em Diadema pode ser exemplificada na situação dos 965 técnicos ( a maioria da área da enfermagem) que ingressam com salário base de R$ 2.020,81 e com média de 10 anos de serviço e com a realização de um número absurdo e abusivo de horas extras ganham em média remuneração bruta de R$ 2.596,00; ou ainda dos 836 agentes administrativos que com média de 8 anos de serviço e salários iniciais de 963,76 a 1.350,56 alcançam em média remuneração bruta de R$ 1.592,23.
Ou ainda do vergonhoso piso salarial de R$ 761,21, que faz com que os/as trabalhadores/as submetidos a penosas jornadas na manutenção nas ruas da cidade, na limpeza de escolas e equipamentos de saúde e outros, após em média 16 anos de serviço tenham uma remuneração média de R$ 1.240,00, à custa de centenas de horas extras.