Por uma agenda positiva para a Educação: escuta e diálogo são fundamentais!

Se por um lado é preciso reconhecer avanços nas tratativas com a administração e uma abertura de diálogo com a Secretaria da Saúde para resolver e encaminhar problemas do cotidiano, a relação com a direção da Secretaria Municipal da Educação de Diadema segue travada e tensa. Decepção e revolta com a falta de diálogo com professoras e professores e funcionários é o que mais se escuta nas escolas, nas plenárias e nas reuniões organizadas pelo Sindema.

Esta situação se reflete na Mesa Setorial da Educação, onde questões como os mecanismos que serão adotados pela Secretaria para o pagamento do Piso Nacional do Magistério são tratadas com intransigência ou ficam sem resposta. O mesmo ocorreu em relação à aplicação da Lei do Piso no que se refere a 1/3 da jornada do professor destinada a hora-atividade: este direito só foi garantido aos profissionais do magistério de Diadema após decisão da Justiça em processo movido pelo Sindema. 

Mas, embora a Secretaria de Educação tivesse se comprometido em juízo em constituir comissão de representantes dos professores para a discussão da implantação e garantia deste direito, essa comissão não foi ouvida.

As escolas estão reformadas, tem material pedagógico e projetos importantes como Dandara Piatã, Mais Educação, Observatório de Segurança Escolar, Escola que Protege. Mas por outro lado, as condições de trabalho dos professores, do pessoal administrativo e operacional não avançaram: a ameaça da terceirização ronda as cozinhas as escolas e a SE pretende ainda terceirizar a limpeza e a gestão da limpeza de 11 escolas conforme edital publicado pela PMD.

As salas de aula estão superlotadas, e as creches e educação infantil continuam a receber alunos, em várias regiões da cidade comprometendo a qualidade do trabalho. Muitos professores têm hoje em suas turmas alunos de inclusão sem agentes de apoio ou estagiários da educação em número suficiente para atender as demandas pós-pandemia, que aumentaram muito.

Medidas punitivas como desconto de toda a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo e do abono-regência em casos de pequenos atrasos fazem crescer um sentimento de injustiça, falta de reconhecimento do trabalho realizado e um punitivismo que não condiz com os preceitos de uma educação democrática.

Queremos estabelecer um processo de escuta recíproca e diálogo organizado para superação desses conflitos, essenciais para a construção de uma educação democrática e de qualidade em Diadema.