Domingo, 05 de Maio de 2024
Prefeitura contrata empresa que questiona competência do professorado

Sem ouvir o corpo docente, o governo Lauro Michels contratou por 25,5 milhões de reais a empresa Planeta Educação Gráfica e Editora Ltda. A Planeta irá fornecer um material que tem como objetivo "fazer com que o professor aprenda a ensinar”. Dessa forma, a Secretaria de Educação desrespeita e questiona a competência dos profissionais da rede municipal. 

Na opinião do Sindema, ao optar por investir milhões na iniciativa privada, o governo municipal também desrespeita a gestão democrática escolar e fere a continuidade do Projeto Pedagógico elaborado de maneira cuidadosa pela comunidade escolar e pelas/os professoras/es.

O presidente da Planeta Educação, Luis Namura Poblacion, justificou a necessidade de contratar seu modelo de ensino afirmando ao Diário do Grande ABC (desta quinta-feira, 12 de fevereiro) que o professor está despreparado para a realidade e que o material de sua empresa vai melhorar a gestão da escola e da sala de aula. O livro guia chama-se “A Empresa de Mente, Corpo e Alma”.  O método deve ser implantado ainda esse ano e, entre outras coisas, prevê um mediador na sala de aula junto com o professor. O convênio é por 60 meses e o gasto anual será de 5,1 milhões de reais.

Enquanto que, muitas vezes, professores e professoras precisam tirar do próprio bolso o dinheiro para financiar as atividades diversificadas a que se propõem, o governo assina mais um convênio desnecessário, dessa vez com uma empresa investigada pela GAECO ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pelo Tribunal de Contas do Estado, conforme apurou reportagem do Diário do Grande ABC de 29 de janeiro desse ano.

Se a educação no município vai mal, isso se deve a má gestão da atual Secretaria da Educação que, entre outros desmandos, ainda não possui nenhum plano de implantação de 1/3 da jornada para a formação, conforme garante a Lei do Piso.

Os profissionais da educação de Diadema não precisam nem da Planeta Educação e nem do SESI: precisam de valorização profissional e respeito aos seus direitos.


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