No último domingo, dia 17 de fevereiro o Diário do Grande ABC veiculou notícia afirmando que “O funcionário público de Diadema na gestão Mario Reali (PT) teve ganho mensal R$ 4.065,21, em média. Na Administração petista foram registrados 6.600 servidores, 400 deles comissionados”.

A reportagem induziu os leitores à falsa conclusão de que os/as trabalhadores/as do setor público tem salários muito superiores em relação ao setor privado. Esta é uma das estratégias usadas na guerra suja que os defensores do neoliberalismo fazem contra os serviços públicos.

O Diário do Grande ABC manipulou dados, dividindo R$ 348.794 milhões do item “despesas de pessoal” do Relatório de Gestão Fiscal de 2011 e dividiu por 6.600 servidores. “Esqueceu” que este montante não diz respeito somente a “vencimentos e salários”, mas também incluem encargos, contribuição previdenciária, FGTS dos celetistas, abonos, horas extras e dezenas de outros itens que não compõem a média salarial medida pelo Dieese/SEADE e outras instituições que tratam da verificação dos salários/vencimentos do setor público e privado.

A comparação feita pelo Jornal Diário do Grande ABC com os dados do Dieese/SEADE acerca da média salarial do setor privado da região é manipulada e tendenciosa pois os dados do Dieese referem-se exclusivamente à média salarial, sem cômputo de gratificações, abonos, encargos sociais, e PLR – participação nos lucros e resultados.

O estudo atuarial do IPRED – Instituto de Previdência de Diadema, realizado em agosto de 2011, indica que a média salarial dos servidores estatuários com tempo de serviço médio de 10 anos é de R$ 1.690,48. 
Bem distante dos R$ 4.065,21 apontados pelo Diário do Grande ABC.