A Carta do Sindema à população entitulada "Saúde de Diadema em risco" não trouxe novidades à população. Todas as pessoas ouvidas pelo Sindema vivem na pele a falta de recursos nos atendimentos nas UBSs.

"Não tem remédio, você marca uma consulta e conseguir atendimento é uma burocracia", conta Célia Lima. "Meu pai aguarda cirurgia há mais de um ano. Falei com (o secretário de saúde) o José Augusto, mas até agora não houve resposta. Para Simone Maria da Silva, a saúde está cada dia pior: "Faltam médicos, não tem atendimento adequado".

Ainda que o conteúdo da carta seja conhecido, muitas pessoas expressaram a necessidade de divulgar os problemas que as/os servidoras/es e, consequentemente, a população, enfrentam. Para Shirlei Gonçalves, a Carta do Sindema é uma ótima maneira de alertar a população para o que está acontecendo. Segundo Simone Maria da Silva, a carta "é importante para acordar a população, que se acomoda com a situação de desrespeito".

Para as pessoas ouvidas pelo Sindema, é errado trabalhar sem ganhar horas extras. É que as/os servidoras/es das UBS foram convocados para trabalhar na campanha de vacinação nesse sábado, 8 de junho, mas sem a garantia de que irão receber os 50% adicionais. "Se até as domésticas tem direito à hora extra, porque os profissionais da saúde, que ficam se matando para atender a gente, não ganham hora extra?", pergunta-se Shirlei Gonçalves. Maria Odete Peres pensa da mesma maneira: "A pessoa vai trabalhar de graça? Claro que tem direito a hora extra".

É a falta de profissionais que faz com que as/os servidoras/es façam muitas horas extras que acabam entrando para o banco de horas. Segundo informações do próprio governo municipal, as equipes de saúde estão desfalcadas em 400 profissionais, o que dificulta tirar as folgas das horas trabalhadas "Isso está errado", afirma Célia Lima."É necessário arrumar mais funcionários e não esgotar os que estão aí".

Leia a Carta aberta à população