© foto: Comunicação Sindema

Um grupo de servidoras e servidores realizou um ato em frente à Prefeitura de Diadema na manhã desta terça-feira (18). A categoria (trabalhadoras e trabalhadores estatutários e celetistas da Câmara Municipal, Fundação Florestan Fernandes, Instituto de Previdência Social e Prefeitura de Diadema) reivindicam o fim da referência I, a reposição da inflação de 14, 73%, referente à inflação acumulada entre 2019 a 2021, reajuste no vale-alimentação, no vale-refeição para todas e todos e no subsídio do convênio médico.

Presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema, Ritchie Soares abordou durante sua intervenção a defasagem salarial da categoria. Ele lembrou que esta defasagem afetou o funcionalismo nos últimos anos (2019 e 2020), e declarou que “este ano a campanha salarial visa impedir que isto ocorra novamente”. Ritchie também disse que a valorização do funcionalismo de Diadema também passa pelo reajuste financeiro e no aumento dos salários.

“Estamos na luta para que todas e todos os servidores públicos municipais tenham avanços reais em nossas remunerações e na manutenção do nosso poder aquisitivo, para que possamos sobreviver neste período de crise, agravada pela pandemia da Covid-19, e também pela inflação que está corroendo os nossos salários”, declarou.

Jandyra Uehara, membro da diretoria plena do Sindema e secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da Central Única dos Trabalhadores, também esteve presente na manifestação e falou da conjuntura política nacional e dos ataques do governo Bolsonaro ao funcionalismo público em todo Brasil.

“Estamos num processo de luta que tem crescer cada vez mais em nosso país. A gente tem que reivindicar a melhoria dos nossos salários, das condições de trabalho e dos nossos direitos em um cenário em que já estamos há 2 anos sem reposição da inflação aqui em Diadema. E esta alta no custo dos alimentos no Brasil está levando o povo brasileiro e boa parte do nosso funcionalismo a passar necessidades”, comentou.

Jandyra também falou da importância de mobilização de toda categoria para fortalecer a luta em outra frente, “para mudar os rumos do nosso país”. “Nós estamos vivendo desde 2016 num golpe de estado e um processo de retirada de direitos e retrocessos sociais que nos remetem ao início do século XX”, disse.

Reforma Administrativa
A Proposta de Emenda à Constituição nº 32/20, conhecida como a Reforma Administrativa, de autoria do governo Bolsonaro, “altera dispositivos sobre servidores e empregados públicos e modifica a organização da administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios”.

Na opinião de Jandyra, “a PEC 32 é a pá de cal nos serviços público e no funcionalismo em todo Brasil”. “Ela acaba com concursos, coloca como prioridade do serviço público e dos atendimentos na mão da iniciativa privada. E tem como objetivo privatizar tudo aquilo que pode ser lucrativo, principalmente nas áreas da Educação e da Saúde”, declarou.

Ainda de acordo com Jandyra, “se a PEC 32 for aprovada a precarização dos serviços vai aumentar e isso significa que a população não vai ter acesso aos direitos sociais básicos, uma vez que a oferta desses serviços será cada vez menor”. Jandyra concluiu dizendo que a luta do funcionalismo deve se fortalecer para que esta PEC seja barrada.

“Estamos diante de uma luta necessária. Precisamos lutar para barrar esta PEC, mas isso só não é suficiente. Nossa luta tem que ser para derrotar e derrubar o governo Bolsonaro. Não existe saída para a classe trabalhadora neste país com esse governo genocida, irresponsável, que ataca os direitos da classe trabalhadora e joga todas as riquezas do país na mão de meia dúzia do grande capital, especialmente dos bancos”, falou.

E concluiu dizendo que “aqui em Diadema temos 2 lutas. Temos que fazer uma campanha salarial forte. Argumentos o sindicato tem de sobra da possibilidade legal de conseguir conquistas na mesa de negociação, mas isso só vai acontecer com a mobilização, com a participação da maioria do conjunto das trabalhadoras e dos trabalhadores”.

Presença do Legislativo
Outra importante liderança que participou do ato foi o companheiro Neno, que faz parte da direção do sindicato e é vereador de Diadema. Ele parabenizou a todas e todos que estavam presentes na manifestação. Segundo Neno, ‘é possível e viável a categoria conquistar avanços nesta campanha salarial”.

“Este ato aqui é simbólico, mas tem muita importância diante do momento que estamos vivendo de crises econômica, política e sanitária. Ele mostra que a nossa categoria é uma categoria de luta e que a nossa reivindicação é mais do que justa”, comentou.

Neno também falou dos trabalhos na Câmara Municipal. O vereador explica que “a discussão da campanha salarial chegou na CMD com o sentimento de que o funcionalismo municipal tem direito e é possível, e garantir avanços durante este processo vai além da defesa das servidoras e servidores por que se trata também da prestação de serviços de qualidade para a população de Diadema”.

Outro assunto abordado por Neno diz respeito à prática de assédio moral nos equipamentos da Prefeitura. “Não é só a questão econômica que existe no processo da campanha salarial, tem uma questão de assédio moral seríssima na PMD e que a gente tem que enfrentar e resolver”, declarou.

Por fim, Ritchie prestou contas de tudo que aconteceu até agora no processo de negociações com a Prefeitura, e da aprovação em assembleia do plano de lutas da categoria. Foram realizadas 3 plenárias setoriais – dia 5 com as agentes comunitárias de Saúde; 6, agentes de cozinha; e 11, com profissionais da Educação –, além do ato desta terça e está prevista para a próxima sexta (21), a partir das 18h, a terceira assembleia-geral da campanha salarial 2021.