Aconteceu entre os dias 27 e 29 de janeiro o Seminário de Planejamento Anual do Sindema. A iniciativa teve por objetivo organizar as ações previstas para o decorrer deste ano sempre na defesa intransigente dos direitos das funcionárias e funcionários públicos de Diadema e do conjunto da classe trabalhadora, com destaque para a campanha salarial que tem início em fevereiro e a luta contra o governo Bolsonaro.

O evento aconteceu no Centro de Formação do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Limeira e reuniu a diretoria do Sindema, além do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; da Jandyra Uehara, secretária Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da Central Única dos Trabalhadores; e do mandato do companheiro e vereador Neno.

No primeiro dia, Valter Pomar, professor da UFABC, fez uma análise de conjuntura do Brasil e do mundo, e falou sobre os desafios da esquerda brasileira e dos movimentos sociais para este ano. Valter afirma que acompanha a atuação do Sindema há muitos anos. Em sua opinião, é um sindicato que “sempre está buscando maneiras de mobilizar, organizar, lutar em defesa do interesse das trabalhadoras e dos trabalhadores”.

“O Sindema está sempre buscando maneiras de mobilizar, organizar, e lutar em defesa do interesse dos trabalhadores. E com um detalhe importante: é um sindicato filiado à CUT, muitos de seus diretores são filiados ao PT, mas nem por isso o Sindema muda de postura porque o prefeito é petista. Enfim, tenho orgulho da atuação desta diretoria”, declarou.

Sobre a importância da realização deste seminário de planejamento, Valter comenta que “a esquerda brasileira - partidos, movimentos, sindicatos - é muito desorganizada. Atua sem planejar e sem avaliar. Sendo assim, acho ótimo que o Sindema opere de outro jeito: planejamento e avaliação são muito úteis para o trabalho sindical”.

Ele dá um recado para todas e todos os funcionários públicos municipais de Diadema: “para a maioria do povo brasileiro, a vida tá muito difícil. Há vários motivos para isto. Um deles é a destruição dos serviços públicos. Para termos um país melhor, é preciso mais investimentos públicos, mais políticas públicas, mais funcionários, melhor remunerados e mais qualificados. Mas para tudo isso é preciso muita organização e muita luta. Por isso, meu recado em 2022 é fortalecer o sindicato, participar das mobilizações e aproveitar bem as eleições deste ano.

Fausto Augusto Júnior, diretor técnico do DIEESE, fez uma apresentação crítica do momento atual no setor econômico. Para ele, “foi uma oportunidade de dialogar com a direção sobre os desafios dos servidores e do sindicato para 2022 em meio a um momento de disputa civilizatório em nosso país”. Fausto considera a realização deste seminário como “fundamental para organizar a luta e definir prioridades em um momento complexo e desafiador”.

“O Sindema é um sindicato fundamental na luta dos servidores de Diadema e dos servidores do Brasil. Sua história de luta está associada à luta da população de Diadema pela consecução dos direitos sociais na cidade. E Diadema é uma cidade importante na disputa política que viveremos ao longo desse ano. As lutas e disputas pelos direitos sociais e fortalecimento do serviço público serão referência no debate nacional”, comentou.

Durante o segundo dia do Seminário de Planejamento Anual do Sindema, o supervisor do DIEESE, Victor Pagani, apresentou um estudo com dados econômicos da Prefeitura de Diadema e do funcionalismo municipal. As atividades continuaram com uma crítica e minuciosa avaliação da campanha salarial de 2021.

Em seguida, as diretoras e diretores do sindicato fizeram uma dinâmica de grupo com objetivo de organizar as prioridades deste ano. E, já no fim da tarde, foi o momento de traçar as estratégias e próximas ações do sindicato para a campanha salarial de 2022.

Victor afirma que “o Sindema representa a luta por serviços públicos de qualidade, a luta para materialização dos direitos sociais e a luta por valorização dos servidores e trabalhadores em geral”. Em sua opinião, “o Sindema é um sindicato que está sempre em contato direto com os servidores, atento ao que ocorre nos locais de trabalho e isto faz com que seja um sindicato com muita representatividade”.

Sobre o seminário de planejamento, Pagani considera também que foi “uma excelente oportunidade para troca de experiências e construção de conhecimento de forma coletiva”. “O seminário possibilitou uma reflexão conjunta sobre as conjunturas política, econômica e sindical, tanto nos âmbitos internacional e nacional quanto no estado de São Paulo e em Diadema”, disse.

“A partir desta análise, tratamos dos principais desafios de 2022 e como enfrentá-los. O seminário serviu também como ponta pé inicial na campanha salarial, com a preparação técnica, dos aspectos orçamentários e jurídicos para a negociação coletiva.  Fora isso, fazer o seminário de forma presencial - seguindo os protocolos sanitários - foi muito bom”, comentou.

Victor considera que “a luta do movimento sindical nos dias de hoje é cada vez mais necessária, tanto para defender a democracia, quanto para impedir o desmonte dos serviços públicos e das políticas sociais”. “Num cenário de avanço da retirada de direitos, inflação alta, salários defasados, redução de servidores efetivos e verdadeiro esgotamento dos trabalhadores devido à pandemia, o movimento sindical é fundamental para conseguirmos revertermos a situação, garantindo valorização do trabalho e melhores condições de vida para todos”, declarou.

No terceiro e último dia do Seminário Anual do Sindema, as diretoras e diretores fizeram um debate sobre a definição do calendário de atividades e discutiram, entre outras coisas, as estratégias de comunicação e organização do sindicato na luta em defesa da categoria e dos serviços públicos de qualidade.

Ritchie Soares, presidente do Sindema disse que “o seminário foi fundamental para que pudéssemos avaliar o ano de 2021 e projetar 2022”. “Sem ele nossas ações ficariam limitadas e não seriam estruturadas da melhor maneira”, comentou. De acordo com Ritchie, “a realização do planejamento anual é um importante instrumento da direção na construção e organização das agendas de luta da categoria para este ano”.

“Este planejamento teve em sua centralidade a campanha salarial de 2022. Depois do ataque do governo Bolsonaro a todos servidores com congelamento de vários direitos como pagamento de biênio, quarta parte, licença-prêmio, a gente retoma a luta na campanha salarial. 2022 é um ano fundamental e o funcionalismo precisa também se concentrar na mudança de rumo do país”, disse.

Sobre o atual cenário político e econômico pelo qual atravessa o Brasil, o presidente do Sindema afirma que “ficou claro no último período do nosso país que houve uma política que levou o nosso povo de volta para a fome e a miséria, onde o fascismo entrou em pauta”.

Em sua opinião, “a classe trabalhadora precisa se organizar, ocupar as ruas e colocar para correr este grupo de pessoas que acabou com o país e que, além de tudo, ainda foi o grande responsável pelo genocídio na condução da pandemia, seja pela demora para comprar vacina ou no descaso e na desinformação da população”. E concluiu: “teremos um 2022 de muita luta e mobilização. Todos nós precisamos estar nas ruas para impedir que nenhum direito seja tomado da classe trabalhadora”.