Sábado, 27 de Julho de 2024
Mais de 100 mil mulheres ocupam Brasília na 7ª edição da Marcha das Margaridas; direção do Sindema representou as mulheres trabalhadoras de Diadema

Em um trajeto que partiu do parque da Cidade e seguiu até a Esplanada dos Ministérios, Marcha das Margaridas reivindicou maior participação das mulheres na política e o fim da violência

Aconteceu nesta quarta-feira (16), em Brasília (DF), a sétima edição da Marcha das Margaridas, tradicional evento das mulheres da classe trabalhadora que reuniu mais de 100 mil mulheres para exigir o aumento da participação das mulheres na política; combate à violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia e universalização da internet e inclusão digital.

A vice-presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema (Sindema), Adriana Alves Luna, e a secretária de Assuntos dos Aposentados, Renilva Mota Ferreira estiveram presentes nesta manifestação que é considerada por muitos a maior ação política de mulheres em toda a América Latina.

Mazé Morais, coordenadora-geral da marcha e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), considera que a Marcha das Margaridas “renderá frutos históricos capazes de mudar a vida de mulheres por meio de uma plataforma de resistência”. Em 2023, o lema da edição é “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”.

A vice-presidente do Sindema declarou que este ano a marcha foi a coisa mais linda. “Poder estar ao lado de tantas mulheres de todos os cantos do Brasil é realmente muito gratificante”, comentou. Em sua opinião, participar da Marcha das Margaridas é maravilhoso.

“Ver aquelas mulheres de todos os cantos do país unidas é lindo demais. Teve gente que viajou três, quatro, seis dias. Outras foram de avião ou viajaram de cidades próximas. Mas isso não importa. A grandiosidade da marcha este ano foi impressionante”, declarou Luna.

Luna afirmou que “por mais que ainda exista violência em nossa sociedade, é muito gratificante poder ser mulher e poder lutar por nossos direitos”. “O aprendizado que fica é saber que quando uma mulher se mexe, o mundo todo sai do lugar. Nós conseguimos parar Brasília. Por algumas horas, a gente conseguiu mostrar que nós temos direitos e precisamos ser respeitadas”, concluiu.

História de luta de Margarida Alves
Margaridas Alves foi uma trabalhadora rural e liderança comunitária nascida em 5 de agosto de 1933 em Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba, e, após sua morte, se tornou símbolo da luta das mulheres da classe trabalhadora e do campo.

Durante 12 anos, foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande. Suas bandeiras de luta eram a reforma agrária, o combate à violência e pela educação do povo camponês. Foi também fundadora do Movimento Mulheres do Brejo e do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural.

Três meses antes de ser assassinada, em um discurso no 1º de Maio de 1983, Margarida fez uma declaração que se tornaria um lema de luta das mulheres: “Da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”. O crime nunca foi resolvido, apesar do conhecimento de que ela recebia ameaças de latifundiários da região onde vivia.

Seu caso foi denunciado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, os assassinos chegaram a ser presos, depois de denunciados pelo Ministério Público, mas saíram impunes após serem absolvidos.

Nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria
Margarida Alves é símbolo da resistência para as mulheres que buscam por justiça e melhores condições de vida. E nesta quinta-feira (17), foi publicada no Diário Oficial da União a lei nº 14649 sancionada pelo presidente Lula que inscreve o nome de Margarida Alves, líder sindical que dá nome à Marcha das Margaridas, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

*Com informações da Agência Brasil


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